Enquanto um possível investidor ainda avalia a possibilidade de ter uma franquia ou de abrir um negócio independente, as franqueadoras podem tentar convencê-lo de que investir em uma marca já pronta pode ser a melhor opção. E, levando em consideração as vantagens de se ter uma franquia, o convencimento pode até ser uma tarefa fácil. Mas é importante saber destacar esses pontos e, depois, realmente fornecer um bom suporte aos franqueados. Neste texto, você conhecerá dez vantagens das franquias em relação aos negócios independentes.

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Estudos indicam que empreendedores costumam sentir-se solitários. Para se ter ideia, conforme relatou pesquisa realizada pela Cambridge Satchel Company, no Reino Unido, o isolamento foi citado como um dos maiores desafios enfrentados pelos empresários: cerca de um terço dos pesquisados disse que a solidão é ‘um problema’ ou ‘um grande problema’.

Esse estudo não é isolado: no mundo inteiro, pesquisas semelhantes são realizadas, com resultados semelhantes, e empreender numa rede de franquias pode ajudar o investidor a ter o suporte necessário para livrar-se dessa solidão, afinal, contar com uma rede na qual possa se apoiar, bem como transferência de know-how, marca, suporte e um negócio já testado é uma forma importante de potencializar resultados.

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Conheça detalhes das vantagens de se optar por uma franquia:

Menor índice de mortalidade

De acordo com um levantamento realizado pela Associação Brasileira de Franchising (ABF), a taxa de mortalidade – ou fechamento – entre as franquias é de 2,9%, muito menor do que o índice levantado pelo Sebrae, que mostra uma taxa de 25% de mortalidade entre as empresas independentes nos dois primeiros anos de operação.

Isso pode acontecer porque, na franquia, o negócio já foi testado e, antes de transferir o know-how ao franqueado, o franqueador vivenciou situações que podem ter sido corrigidas e aprimoradas quando o negócio é replicado.

Além disso, a falta de planejamento dentro um negócio independente é comum, o que não ocorre em uma franquia. Ao aderir à rede negócio, o franqueado será orientado na gestão de seu negócio e terá acesso a softwares, planilhas e outras formas de controle para que tudo seja devidamente gerido.

Além disso, quando surgem problemas, a franqueadora está pronta para buscar soluções em conjunto, dando o suporte adequado ao franqueado.

Marketing cooperado

Pode-se dizer que o marketing cooperado é um dos pontos principais para se obter sucesso dentro do franchising. Isso porque as campanhas elaboradas pela rede serão usadas por todas as unidades franqueadas, trazendo maior visibilidade para o negócio.

Quando se investe em um negócio independente, dificilmente o empresário começa já tendo uma equipe de marketing ou uma agência que atue nas propagandas. Isso acaba sendo feito de uma forma mais amadora e que não chama a atenção do público. Na franquia, as campanhas são profissionais e realmente atraem clientes.

As redes sociais são outro ponto fundamental para a divulgação do negócio e, numa franquia, é ideal que elas sejam gerenciadas profissionalmente. Se o franqueado for o responsável por suas próprias redes, ele precisará ser orientado sobre como administrá-las – e a franqueadora pode fazê-lo adequadamente.

Acesso a fornecedores homologados

Ao fechar o contrato, os franqueados recebem uma lista de fornecedores homologados, dos quais poderão comprar os produtos para revender em suas unidades. Em outros casos, a própria franqueadora é a fornecedora dos produtos que serão comercializados na loja ou utilizados para a prestação de serviços. Isso assegura qualidade na hora de vender, além de um bom relacionamento na hora de adquirir o que for necessário para o estoque.

Compras em escala

Independente do setor, as compras em grande escala sempre tendem a oferecer produtos com preços mais baixos. No franchising, é possível fazer com que isso seja uma ótima vantagem para o franqueado. Para isso, é necessário que a franqueadora negocie preços e prazos.

Transferência de know-how

O know-how é, talvez, a principal vantagem em se investir em uma franquia. Mais do que padronização e modelo de negócio, a marca deve transferir todo o conhecimento que já foi adquirido ao longo dos anos de operação.

De acordo com a Lei de Franquias (13.966/19), o sistema de franquia é a autorização que o franqueador dá pelo uso da marca e outros objetos de propriedade intelectual, sempre atrelada à transferência de know-how. Veja na íntegra o que diz o artigo 1º da lei:

“Art. 1º Esta Lei disciplina o sistema de franquia empresarial, pelo qual um franqueador autoriza por meio de contrato um franqueado a usar marcas e outros objetos de propriedade intelectual, sempre associados ao direito de produção ou distribuição exclusiva ou não exclusiva de produtos ou serviços e também ao direito de uso de métodos e sistemas de implantação e administração de negócio ou sistema operacional desenvolvido ou detido pelo franqueador, mediante remuneração direta ou indireta, sem caracterizar relação de consumo ou vínculo empregatício em relação ao franqueado ou a seus empregados, ainda que durante o período de treinamento.”

Assim, toda franqueadora deve, obrigatoriamente, ensinar o franqueado a operar seu negócio, da mesma forma que o franqueador fez para ter sucesso.

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Treinamentos e suporte

Ao iniciar o negócio, o franqueado recebe treinamentos para entender melhor a marca, o direcionamento, como deve ser feito o atendimento ao cliente e outros detalhes já preestabelecidos pela franqueadora. Esses treinamentos são extremamente importantes para o sucesso de cada unidade e não devem parar de acontecer no decorrer da operação. Observando possíveis melhorias, a franqueadora costuma fornecer novos treinamentos para que as lojas tenham mais êxito.

O suporte também ajuda o franqueado a corrigir a rota do negócio em outros aspectos, como o marketing local, estratégias de relacionamento com clientes, melhoria nos serviços oferecidos, segurança alimentar e outras tantas questões que precisam ser rigorosamente controladas para que o negócio esteja sempre de acordo com as premissas que o fazem ter sucesso.

Inovação

Além de os ajudar na gestão do negócio, as franqueadoras investem em inovação. Produtos e serviços, estratégias mercadológicas, novas tecnologias e relacionamento com o cliente são aspectos importantes para que a marca cresça e se mantenha competitiva.

Assim, quem opta por uma franquia contribui para que a marca seja perene, mas quem tem um negócio independente pode se ver sozinho e sem capital financeiro e humano para dar novos ares ao negócio.

A inovação é um dos pilares mais importantes para que as empresas se mantenham saudáveis no mercado e isso só é possível com investimentos – algo que pequenos empreendedores quase nunca conseguem fazer sozinhos.

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Troca de experiências

Mesmo antes de concretizar um negócio, muitos empreendedores buscam conhecer outras lojas da marca para perguntar a outros franqueados o que eles pensam sobre aquela franquia. Esse relacionamento pode continuar a acontecer durante a operação, até porque o problema que um está passando já pode ter acontecido com outro franqueado, o que é mais uma ajuda na hora de buscar por soluções e evitar a falência.

Marca já conhecida e consolidada

As franquias muitas vezes estão espalhadas por diferentes cidades ou estados do país. Isso faz com que a marca fique mais conhecida entre os consumidores, que costumar ter maior confiança nesses nomes que já reconhecem. Então, o grande número de lojas é uma vantagem para atrais mais clientes.

Além disso, conforme já citado, o investimento em marketing cresce junto com a marca – portanto, mesmo uma marca iniciante tem chances de ficar cada vez mais conhecida quando é uma rede franqueada, já que seu crescimento fará com que os investimentos em marketing cresçam gradativamente.

O franchising tem uma lei própria

A lei de franquias (13.966/19) foi criada para dar ao sistema de franchising mais segurança. Assim, todo o relacionamento entre franqueador e franqueado é regulado por uma legislação específica, que determina que os documentos específicos dessa relação sejam entregues ao franqueado e garantam a ambas as partes que direitos e deveres serão preservados.

Quando uma franqueadora opta por contratar advogados especializados em franchising, tem ganha segurança jurídica e consegue proteger sua marca, além de agir com transparência em suas relações com franqueados e fornecedores.

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O ano de 2023 pode apontar algumas tendências para o Franchising que não apareceram com tanta força na pandemia – a outras poderão se reforçar. Tivemos mudanças importantes no mercado de trabalho e isso se refletiu no varejo. O aumento do trabalho homeoffice e a evolução dele para o sistema híbrido fizeram surgir necessidades e hábitos diferentes na população brasileira. Com isso, também nasceram oportunidades de negócios que, agora, firmaram-se no mercado. Se você quer conhecer as 6 tendências para o Franchising em 2023, leia esse texto até o final!

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Não são só os investidores que desejam tornar-se franqueados estão apreensivos com a troca de governo: as franqueadoras fizeram planos de expansão, mas muitas delas aguardam os primeiros meses e a definição da política econômica que será adotada para agir – e muitas pensam, inclusive, em adotar a expansão internacional como uma alternativa ao mercado brasileiro. Percebemos seis tendências para o mercado de franquias em 2023:

Novos formatos de negócios

As franqueadoras sabem que o investidor busca por negócios de menor investimento. Então, muitas estão criando formatos diferentes de suas operações tradicionais para atender quem busca substituir o emprego perdido por uma franquia e quem tem valores médios para investir, mas deseja começar com negócios menores. Quiosques, mini-lojas, store in store, espaços compartilhados e outras alternativas estão em alta.

Serviços residenciais

O brasileiro acostumou-se a ficar mais em casa e, assim, passou a valorizar seu lar. Os serviços residenciais, portanto, formam um segmento que tende a crescer – da decoração à limpeza especializada, passando por chef em casa (cozinheiros em domicílio) e serviços de saúde homecare.

Franquias homebased

O brasileiro também se acostumou a trabalhar em casa e, depois, em sistema híbrido (parte em casa, parte na empresa). Muitas pessoas gostaram dessa opção e buscam franquias que sejam formatadas para trabalho homeoffice.

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Delivery de tudo!

Ainda como herança dos tempos de pandemia, as franquias que operam por delivery continuam em alta. E não é apenas em Alimentação que elas se apresentam: a comodidade de receber produtos em casa alcança todas as áreas e, com isso, também crescem as oportunidades em logística, dark kitchens e dark stores – todos negócios intimamente relacionados.

Internacionalização

Pouco explorada na pandemia (por motivos óbvios), a expansão internacional das marcas brasileiras passa a ser reestudada por muitas marcas. Com vacinas disponíveis praticamente no mundo todo, as redes brasileiras veem no exterior uma possibilidade mercadológica interessante, especialmente por não se sentirem seguros com a economia brasileira.

Diversidade e inclusão

As franqueadoras podem se tornar, se agirem de forma estratégica e organizada, disseminadoras da conscientização e implantação de ações de diversidade e inclusão. O franchising tem a capacidade de multiplicar conceitos rapidamente e pode criar diferenciais competitivos a partir de soluções inovadoras para elevar o capital humano, tanto do ponto de vista do tratamento adequado de seus colaboradores quanto de seus clientes. Essa tendência será mais forte em 2023 e se perpetuará nos próximos anos.

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Vale a pena lembrar que franqueadoras precisam sempre estar com documentos em dia. A Circular de Oferta de Franquia (COF) deve ser atualizada constantemente para levar ao candidato à franquia todas as informações importantes sobre o negócio. Caso isso não aconteça, numa demanda jurídica, o contrato pode ser anulado e todas as taxas precisarão ser devolvidas pela franqueadora ao franqueado.

Falando em contrato, ele precisa estar assinado e, também, renovado, de forma a garantir os direitos e deveres das partes. Tanto o contrato de franquia quanto os contratos acessórios devem ser validados para que a marca não perca valor e haja dentro da lei. Além disso, as atas do Conselho de Franqueados e da Associação de Rede devem ser autenticadas. Não negligencie seus documentos e conte, sempre, com uma equipe jurídica especializada em franchising!

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O dinamismo do varejo, a velocidade das mudanças das necessidades dos consumidores e o avanço da tecnologia fazem com que as formas de se comercializar produtos e serviços se transformem constantemente. Há bem pouco tempo, por exemplo, a parcela de pessoas que confiava em comprar produtos online era pequena – e, atualmente, o e-commerce bate metas de consumo a cada dia, tornando-se um dos canais de varejo mais importante e promissor. Quer conhecer dez mudanças que o franchising está vivendo e que farão franqueadores e franqueados quebrarem paradigmas em suas redes? Leia esse texto até o final!

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O sistema de franchising passa por mudanças importantes e algumas situações que, antes, eram verdades absolutas, ganham novos contornos e interpretações para que a relação entre o franqueador, seus franqueados, o mercado e os consumidores possa ser ajustada diante deste novo cenário.

Para que se entenda melhor, um bom exemplo é a questão da territorialidade, um dos temas mais polêmicos na relação de franquia. A lei de franquias, número 13.966/19, em seu artigo 2º, Inciso XI, trata das informações que o franqueador deve oferecer sobre sua política territorial e, na alínea “a”, diz que o franqueador deve deixar claro “se é garantida ao franqueado a exclusividade ou a preferência sobre determinado território de atuação e, neste caso, sob que condições”. O que ocorre é que algumas franqueadoras entendem que, obrigatoriamente, deve-se dar exclusividade ou preferência territorial ao franqueado, mas não é isso que a lei determina.

O franqueador deve informar como funciona sua política territorial e é ele quem pode decidir, inclusive, se não existe nenhum tipo de exclusividade ou preferência. Há marcas que informam que o território do franqueado é apenas o endereço da unidade franqueada, outras determinam que é um corredor de um shopping ou um bairro ou uma cidade e, ainda, há aquelas que nem território delimitam. Tudo depende do que a marca pretende, estrategicamente falando.

Levantamos essa e outras mudanças e alguns paradigmas do franchising que estão sendo quebrados. Acompanhe:

 

O território do franqueado deve ser preferencial ou exclusivo

Até bem pouco tempo atrás, as franqueadoras diferenciavam-se quando traziam aos franqueados a pseudo-segurança de determinar a área em que eles poderiam atuar, afinal, outros franqueados da mesma marca não invadiriam seus territórios, evitando-se assim o canibalismo na rede. Mas, atualmente, com a omnicanalidade e as vendas virtuais crescendo exponencialmente, a clientela não pertence mais a um ponto físico, mas à marca, que pode atendê-la de diversas formas. Em relação ao território, cabe a análise de cada caso e o contrato deve seguir o planejamento estratégico da rede, suas formas de atuação no varejo e a condução dos negócios, de forma que os franqueados não sejam prejudicados com a presença da marca em outros canais, mas que todas as formas de contato com o público sejam muito bem aproveitadas.

Franqueado precisa operar a loja

Quantas vezes, em franchising, já se usaram as máximas de que ‘franqueado precisa ter a barriga no balcão’ ou ‘o olho do dono é que engorda o gado’? Atualmente, essas frases já não fazem muito sentido, até porque existe a figura do franqueado investidor (e não operador), do multifranqueado (que tem várias unidades franqueadas da mesma marca) e do franqueado multimarcas (que tem várias franquias de marcas diferentes), perfis específicos que não se dedicam integralmente à franquia. O franchising se adaptou e desenvolveu novas tecnologias de gestão, controle, monitoramento, para que os franqueados consigam administrar suas unidades remotamente, com a mesma qualidade e com alta performance, podendo escalar ganhos.

Conselho de franqueados é sempre consultivo

O franqueador e a rede franqueada têm papéis distintos e importantes dentro da rede. A responsabilidade de cada um não significa que algumas decisões não possam ser compartilhadas e até alguns riscos devam ser assumidos em conjunto. Já estamos presenciando franqueadores dispostos a dividir algumas decisões estratégicas com seus conselhos e, desde que fiquem claras as regras e os limites dessas ações, achamos que essa relação pode ser saudável. Se o relacionamento entre as partes é maduro o suficiente para que cada lado entenda seu papel, vale a pena o compartilhamento de algumas responsabilidades.

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A relação de franquia é como um casamento

Há muitos anos, quando um franqueado iniciava sua jornada de aquisição de franquia, dizia-se que ele passava pelo namoro (processo de seleção), noivado (pré-contrato) e casamento (assinatura do contrato). Isso porque ele estava conhecendo a marca até que, finalmente, decidisse adquiri-la. Hoje, porém, podemos afirmar que a relação de franquia é um processo educativo, no qual o franqueado inicia o processo de seleção como um bebê que inicia seu aprendizado e vai evoluindo nas etapas de crescimento, até atingir a vida adulta. Ele passará até mesmo pela adolescência, a fase da rebeldia, em que acredita que consegue operar sem o franqueador. Infelizmente, esta rebeldia está a cada dia mais precoce e, por isso, para cada momento dessa vivência, a empresa franqueadora precisa estar preparada com treinamentos, suporte e formas de comunicação que permitam a construção de diálogos afáveis e que propiciem uma relação assertiva e saudável, trazendo uma maior maturidade e sustentabilidade para as relações de franquia.

O franqueador não pode concorrer com franqueado

A lei de franquias promulgada em 2019 deixou claro que o franqueador pode concorrer com seus franqueados, desde que as regras dessa concorrência fiquem claras. Aliás, o ambiente concorrencial saudável é incentivado no Brasil. O limite, contudo, é a concorrência leal: o franqueador não deve concorrer de maneira a prejudicar o seu franqueado. Para garantir que isso não aconteça, é necessário que se aja preventivamente, com um contrato que preveja o que pode acontecer de catastrófico e que apresente políticas que tornem possível a atualização de procedimentos de maneira ágil, como a própria situação impõe em cada caso.

Os contratos devem ser iguais para todos os franqueados, porque o tratamento deve ser igual para todos

Aqui, tem-se uma interpretação errada de um conceito que o franchising sempre pregou: que todos os franqueados deve ser tratados de forma exatamente igual, sendo vedado contratar cláusulas diferenciadas. Engano. Se o franqueador entender que a situação pede uma negociação diferente para um franqueado, certamente pode fazê-lo, desde que tal negociação não prejudique um outro franqueado. Isso não se confunde com as políticas da rede, como as políticas praticadas pela marca, como a política de crédito, de cobrança, de redes sociais, de reconhecimento e premiação e outras. E também não se confunde com o tratamento subjetivo. No relacionamento, porém, é impossível que quem é resistente ou polêmico seja tratado da mesma forma de quem é aberto ao diálogo, parceiro e defensor da marca.

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Suporte ao franqueado precisa ser realizado por meio da consultoria de campo (presencial)

A pandemia provou que existem muitas formas de se prestar suporte à rede franqueada. O nome ‘consultoria de campo’ já é defasado, porque indica uma visita presencial. Hoje, na verdade, a consultoria de campo é uma consultoria do negócio, que contempla números, concorrência, pessoas, satisfação e outros itens que podem ser avaliados e discutidos com o franqueado de forma remota, on-line, ficando as visitas presenciais destinadas a casos específicos, como segurança alimentar e verificação do cumprimento de padrões físicos, por exemplo. Obviamente, cada marca deve entender a sua rede franqueada e analisar a periodicidade e método para prestar esta consultoria.

O franqueado é responsável pela gestão do cliente final

Até bem pouco tempo, acreditava-se que o franqueado era o único responsável pela gestão do cliente final. Mas as marcas entenderam que suas ações precisam ser pautadas a partir do amplo conhecimento que adquirem estudando esse cliente e seus hábitos de consumo – dados que são acessados a partir da unidade franqueada. Portanto a gestão do cliente deve ser compartilhada entre a franqueadora e a unidade franqueada. Em relação aos dados, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) determina que a marca é responsável pelos dados de seus clientes, mesmo eles estando em poder da unidade franqueada. Assim, cuidar desse ativo tão precioso é um dos maiores desafios da franqueadora, que deve investir em tecnologia e pessoal especializado para alcançar essa meta.

Padronização x Customização

Já se sabe que a padronização das franquias faz com que produtos e serviços atinjam o nível de qualidade desejado pela franqueadora, bem como o sucesso da marca possa ser replicado. Porém é graças à customização que é possível implantar unidades franqueadas em locais variados, porque nem todos os serviços e produtos se adequam ao perfil consumidor, ao clima, ao poder de compra e a tantos outros fatores que influenciam o sucesso do negócio. Cada vez mais, as marcas investem no conhecimento do seu público para entender suas necessidades e oferecer o melhor atendimento e serviço, flexibilizando a padronização de forma a se adaptar aos mercados locais.

Franqueador não pode receber ‘rebate’ (bônus sobre vendas)

Rebate é o termo utilizado para indicar um bônus, uma comissão sobre vendas. É comum que as franqueadoras recebam rebate dos fornecedores da rede, prática que nem todos os franqueados aceitam como positiva. O comissionamento não fere nenhuma lei e a franqueadora não precisa nem justificar o direcionamento desse bônus e nem obrigatoriamente destiná-lo à rede franqueada, porque se trata de um acordo comercial da marca, que por nenhuma razão deve ser escondido da rede franqueada.

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Quando um empreendedor começa a buscar por possíveis franquias para investir, muitas dúvidas surgem ao longo do processo. Uma das principais diz respeito às franquias mais lucrativas. Quais são elas? A lucratividade de uma franquia depende de uma série de fatores, como a estruturação da franqueadora, sua formatação de negócio e jurídica, a análise de viabilidade do negócio e os investimentos que a marca faz em inovação e processos ao longo de sua história. Para entender quais são as franquias mais lucrativas para investir em 2023, leia este texto até o final!

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Franquias podem ser lucrativas em todos os setores

Não importa o setor que você escolher investir: há oportunidades de ganhos em serviços, alimentação, turismo, vestuário, serviços automotivos, educação, saúde, enfim, as franqueadoras estão espalhadas pelos mais diversos setores e não é a área que determina se um franqueado terá sucesso ou não.

Em primeiro lugar, é preciso entender que a franqueadora deve testar o negócio que oferece, de maneira a saber que ele é multiplicável. Apenas depois que ela tem certeza – comprovada por números e situações reais – que aquela operação é capaz de se sustentar, de forma lucrativa, em outras praças, com diversos públicos, de forma real, é que sua análise de viabilidade está completa. A partir daí, é feito um plano de negócios, seguido da formatação do negócio e da formatação jurídica.

Com todos esses processos finalizados e o perfil do franqueado bem desenhado, inicia-se a expansão, que pode incluir unidades próprias e franqueadas.

Números do franchising

O setor de franquias brasileiro registrou crescimento de 18,7% no terceiro trimestre de 2022 comparado a igual período de 2021. É o que indica a Pesquisa Trimestral de Desempenho realizada pela ABF – Associação Brasileira de Franchising. De acordo com o estudo, o faturamento do setor saltou de R$ 47,385 bilhões para R$ 56,256 bilhões no período. Na comparação entre os mesmos meses de 2020, a variação positiva foi ainda maior, de 28%. Em relação ao terceiro trimestre de 2019 (pré-pandemia), a receita do franchising também cresceu, superando em 19,2% o montante do período.

O crescimento do faturamento das empresas reaqueceu a expansão e o otimismo das franqueadoras e dos investidores, que têm no sistema de franchising inúmeras vantagens por fazerem parte de uma rede.

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O que torna uma franquia lucrativa

Como dissemos anteriormente, para uma franquia ser lucrativa, depende de muitos fatores. É preciso, para começar, que o franqueador tenha testado o negócio em diferentes situações, para entender o comportamento do consumidor, os mercados distintos e a oferta de produtos e serviços em épocas variadas. Apenas com a operação rodando é que ele poderá aperfeiçoar os detalhes do negócio antes de multiplicá-lo.

Depois, é fundamental ter profissionais na franqueadora que possam avaliar corretamente o perfil do franqueado que se juntará à rede, bem como aqueles que farão a implantação da unidade franqueada e os que prestarão suporte ao franqueado.

Equipes de Expansão, Implantação, Suporte, Gestão, Marketing, Financeira e Jurídica são importantes para que a franqueadora possa cobrir várias áreas de sua operação, atuando estrategicamente.

E na hora de escolher uma franquia, como saber se ela é lucrativa?

Quem procura uma franquia precisará avaliar toda essa estrutura da franqueadora. Mesmo as marcas iniciantes, com poucas unidades franqueadas, precisam ter alguns profissionais trabalhando para dar suporte aos franqueados. É claro que a estrutura da franqueadora deve crescer conforme o número de unidades franqueadas e nenhuma marca que está começando tem inúmeros colaboradores, em todas as áreas, mas é imprescindível que o franqueado se sinta amparado, nos mais variados departamentos, para que sua franquia se desenvolva plenamente.

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Por exemplo, uma franqueadora que não tem qualquer investimento em Marketing, nem um profissional capacitado nessa área em sua equipe, dificilmente terá condições de criar campanhas, atuar nas redes sociais e prestar suporte ao franqueado, que geralmente é responsável pelo Marketing local, mas que precisa do apoio e das orientações da franqueadora.

Como outro exemplo, podemos citar franqueadoras que não investem em tecnologia: aquelas que não têm essa área como destaque em suas metas de investimento podem ficar para trás, já que a maioria das operações dependem de softwares e programas próprios, que facilitam a gestão das unidades franqueadas.

Portanto, na hora de escolher uma franquia, é preciso que o franqueado atente-se aos números apresentados em balancetes e planilhas, à opinião de franqueados atuais e ex-franqueados e, também, à estrutura que a franqueadora tem e suas metas para os próximos anos. Uma franqueadora que não tem planos concretos, que não sabe para onde seguir, provavelmente não sobreviverá à concorrência.

Outros itens a ser analisados

Para que uma franquia seja lucrativa, é importante, também, avaliar diversos itens que compõem o negócio. Aqui, listamos alguns deles, para exemplificar a complexidade da avaliação do que pode tornar um negócio lucrativo ou não:

O payback – retorno do investimento

As franquias mais lucrativas são aquelas que cumprem o retorno do investimento (payback) no tempo previsto pela franqueadora. Alguns negócios têm um desempenho tão positivo que seu faturamento supera as expectativas, tendo o retorno antes do previsto.

Obviamente, o prazo para que o franqueado receba esse retorno não pode ser maior do que o prazo do contrato.

Estudo de mercado

Levando em consideração que o franqueador foi quem deu início à marca, vendeu os produtos ou serviços em suas unidades próprias, conheceu os gostos do público e aprendeu como funciona a operação, ele é quem pode entender melhor cada detalhe do funcionamento das unidades. Para isso, além de ter operado o negócio, ele precisa prever a replicação do conceito em situações diversificadas, já que a franquia será multiplicada em cidades e regiões diferentes. Uma franqueadora jamais pode oferecer a bandeira em uma localidade em que não tenha a mínima ideia da aceitação dela.

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Ponto comercial

Tendo como base as unidades que já estão funcionando, é possível traçar uma prévia de como serão os consumidores da nova loja. Sendo assim, o ponto onde a nova unidade funcionará precisa estar de acordo com esse perfil do público, buscando um número alto de clientes.

E, além do local, o ponto deve ser pensado com uma reforma que não exceda o que foi previsto no investimento inicial.

Perfil do franqueado

Muitos possíveis franqueados pensam que o mais importante na hora de fechar negócio com uma marca é entender do segmento em que ele irá trabalhar. Mas essa não é a característica principal quando se fala em franchising. Pensando em um modelo no qual o investidor precisará seguir regras, um fator muito importante é que ele seja disciplinado. Isso fará com que ele siga as recomendações da franqueadora para que a lucratividade aconteça o mais rápido possível, dentro dos parâmetros previstos.

Também é fundamental que o franqueado esteja disposto a acompanhar a operação de perto, principalmente nos primeiros meses de funcionamento, além de ser dedicado para que o trabalho dê certo.

Treinamento e suporte

Para aqueles que não têm experiência de mercado e estão empreendendo pela primeira vez, os treinamentos serão fundamentais para um bom andamento da unidade e para que o franqueado possa entrar de vez no mundo dos negócios. Mas os treinamentos também são necessários para aqueles que já tem certa experiência, para que eles possam estar pode dentro das diretrizes da marca e buscar por maior lucratividade.

Já o suporte ajudará a evitar que problemas se tornem maiores e possam levar a unidade próxima à falência. Então, estar sempre atento às demandas dos franqueados é um dever da franqueadora.

Inovação

Buscando a lucratividade de todas as unidades da rede, os franqueados devem estar por dentro do mercado. Buscar inovação de sistemas, de métodos de atendimento aos clientes e de produtos são meios de estar a frente de outras marcas do mesmo segmento, atraindo um maior número de consumidores para as lojas da marca.

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Ao investir em um negócio, o empresário, claro, busca por lucratividade. E, então, é fundamental identificar quais são os pontos cruciais para que as marcas ofereçam franquias de sucesso aos possíveis investidores. Neste texto, contaremos os 7 segredos das franquias de sucesso, então, fique conosco até o final!

O que é franquia

Veja a definição de acordo com a Lei de Franquias, de número 13.966, de 2019:

“Art. 1º Esta Lei disciplina o sistema de franquia empresarial, pelo qual um franqueador autoriza por meio de contrato um franqueado a usar marcas e outros objetos de propriedade intelectual, sempre associados ao direito de produção ou distribuição exclusiva ou não exclusiva de produtos ou serviços e também ao direito de uso de métodos e sistemas de implantação e administração de negócio ou sistema operacional desenvolvido ou detido pelo franqueador, mediante remuneração direta ou indireta, sem caracterizar relação de consumo ou vínculo empregatício em relação ao franqueado ou a seus empregados, ainda que durante o período de treinamento.”

Explicando de forma resumida, franquia é a concessão do direito de uso de uma marca com a transferência de know-how do franqueador para o franqueado. É claro que, para franquear, a empresa precisa de muito mais do que apenas uma marca: ter um business plan, estudo de viabilidade do negócio, formatações do negócio e jurídica, produtos e serviços já testados, conhecimento de público e mercado, marketing estruturado, presença digital, canais de distribuição e varejo definidos, fornecedores homologados, dentre outros tantos detalhes, farão com que ela seja uma franqueadora.

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Os 7 segredos para que uma marca seja uma franquia de sucesso

A partir do momento em que começa seu processo de expansão, uma franqueadora deve oferecer aos franqueados todos as instruções que os ajudem a prosperar, além de atuar estrategicamente desde a seleção dos franqueados, ponto extremamente importante para que a unidade franqueada prospere.

Conheça 7 questões fundamentais para que uma franqueadora possa se desenvolver plenamente:

Transferência de know-how

Os franqueadores não são apenas donos de uma marca. Eles são aquelas pessoas que deram início a um projeto do zero e têm bagagem nos mais variados setores de um empreendimento. Na tradução literal, “know-how” significa “saber como” e, neste sentido, a transferência engloba um conjunto de conhecimentos que vai desde as informações sobre a marca e os produtos até as tecnologias que são utilizadas dentro da franquia.

Essa transferência de conhecimento deve ser constante, durante todo o contrato. Inicialmente, por meio dos treinamentos que permitem que o franqueado se familiarize com a operação e com a gestão do negócios. Depois, com a evolução de sua unidade franqueada, por meio de capacitações complementares, que o tornam ainda mais preparado para o dia a dia da unidade e, quem sabe, até mesmo para se tornar um multifranqueado.

Seleção de franqueados

Para que a franquia tenha sucesso, não basta ter bons produtos, preços atrativos e diversas lojas. É fundamental que cada franqueado tenha aptidão para o negócio e determinadas características consideradas relevantes pela franqueadora. Por isso, os franqueadores devem apostar em uma seleção que não seja baseada apenas em valores que os possíveis franqueados estão dispostos a investir. Eles precisam ser comprometidos, estar dispostos a fazer a marca crescer e entenderem que precisam seguir regras.

Outros pontos importantes, como aptidão comercial e facilidade de lidar com pessoas, por exemplo, podem ser importantes para a maioria das franqueadoras – enquanto, para outras, é fundamental ter habilidades específicas, como ser da área da saúde ou entender de moda, por exemplo. Cada franqueadora deve determinar o que deseja em seus franqueados – inclusive, de forma comportamental – e aceitar na rede apenas aqueles que cumprem os requisitos.

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Inovação

Muitos investidores optam por abrir uma franquia por conta das diversas vantagens que o modelo oferece. Uma delas é o mix de produtos oferecido e acesso organizado aos fornecedores. Mas isso não basta. As marcas devem estar sempre por dentro das principais novidades do mercado para que não sejam passadas para trás e não diminuam as chances de sucesso de cada franqueado.

Não é fácil concorrer em mercados competitivos como o brasileiro e, sem inovação, muitas empresas já deixaram de operar. O consumidor busca uma boa relação entre custo e benefício, está atento às marcas que primam pela sustentabilidade e seguem as tendências de ESG e confiam naquelas que se relacionam com transparência com seu público, dentre outras ações inovadoras. Assim, fica na liderança a franqueadora que consegue ser atual, mesmo tendo tradição no mercado por estar nele há muitos anos.

Gestão participativa da rede

Muito se diz que o bom gestor não é aquele apenas que dá ordens, mas sim aquele que busca crescer junto aos seus stakeholders. No sistema de franchising, isso não é diferente. É importante que as franqueadoras estejam abertas para uma gestão participativa, na qual os franqueados participem do Conselho de Franqueados, da Associação de Rede para gestão do fundo de propaganda e de comitês que possam discutir os caminhos que a marca seguirá. Cada franqueadora possui o momento correto de criação e implantação de órgãos que facilitem a comunicação com a rede. O importante é que o franqueador aprenda a ouvir seus franqueados, sempre, desde a primeira unidade franqueada.

Suporte ao franqueado

Por mais que a marca já seja um sucesso de vendas, não basta apenas transferir todo o know-how e esperar que as novas unidades sigam essa tendência. As franqueadoras precisam acompanhar de perto cada operação para que possam auxiliar os franqueados, tirando dúvidas e colaborando caso surjam problemas mais complexos. Os treinamentos realizados pela franqueadora também são essenciais para que todas as lojas sigam um padrão no atendimento ao cliente.

Advogados especializados em franchising

Contar com uma equipe jurídica que não seja improvisada, mas que, de fato, tenha conhecimento e seja especializada no modelo de franchising fará toda a diferença na hora de melhorar o relacionamento entre franqueado e franqueador, a fim de administrar pacificamente o conflitos. E isso acontece porque é essa equipe de advogados especializados em franchising que fica responsável pela elaboração de todos os documentos necessários na hora de formalizar a relação e vai seguir tudo o que é exigido de acordo com a Lei de Franquia (13.966/19).

Investimento em marketing

De nada adianta ter ótimos produtos, bons vendedores e franqueados comprometidos se a marca não tiver notoriedade. Os investimentos em Marketing e a presença digital são primordiais em um mercado que tem cada vez mais concorrência e, hoje, a internet é um dos principais meios para tornar a marca conhecida. Então, um marketing bem feito pode render bons resultados para cada um dos franqueados e para toda a rede.

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Muitos motivos podem levar uma pessoa a investir em uma franquia: a padronização, a facilidade em já ter um mix pronto de produtos, ter suporte para iniciar e muito mais. Mas uma franquia barata chama bastante atenção daqueles que têm um valor baixo para iniciar no mundo dos negócios. Então, as microfranquias se tornam muito atrativas. É importante que o franqueador esteja atento, porque mesmo este tipo de negócio precisa estar dentro das normas estipuladas pela Lei de Franquias, de número 13.966. Quer saber qual é o segredo das franquias baratas? Leia o post até o fim!

O que é microfranquia – as franquias mais baratas que existem

A microfranquia (e até nanofranquia) é considerada uma franquia barata porque exige um valor menor no investimento inicial. O negócio é replicado de acordo com o modelo de franchising, mas não exige um investimento alto como pode ser quando se trata das franquias tradicionais.

O valor máximo de investimento inicial em uma microfranquia é, desde 2021, de R$ 105 mil, conforme foi definido pela Associação Brasileira de Franchising (ABF). Este é o critério fundamental para que o modelo possa ser classificado como microfranquia.

Lei de Franquias

A primeira Lei de Franquias surgiu em 1994 e chegou para regulamentar uma modalidade que não tinha qualquer norma que fosse igual para todas as franqueadoras. Cada marca agia de uma maneira e como achava ser melhor para seu negócio. A legislação, então, mudou isso e regulamentou o franchising, fazendo com que as franqueadoras se tornassem mais responsáveis e comprometidas.

Mas, com o passar dos anos, as normas precisaram ser atualizadas e foi em 2019 que surgiu a nova Lei de Franquias (nº 13.966). Com ela, foram regulamentadas práticas que já eram comuns, mas que abriam brechas para o Judiciário tivesse interpretações diferentes para um mesmo caso. A legislação também surgiu para exigir ainda mais da Circular de Oferta de Franquia (COF).

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O que é Circular de Oferta de Franquia (COF)

Quando se fala em franchising, a Circular de Oferta de Franquia é o documento mais importante para as duas partes. Ela, de acordo com o que rege a Lei de Franquia, precisará descrever todos as informações sobre a franquia e tudo o que é esperado do franqueado. Então, a base da relação estará documentada na COF.

O Contrato de Franquia

Mais um documento obrigatório, de acordo com a Lei de Franquia, o Contrato de Franquia estipula as obrigações e garante os direitos de franqueador e franqueado. O documento é mais um instrumento jurídico que busca facilitar e nortear a relação entre as partes. É ele que definirá diferentes aspectos do negócio.

Tanto a Circular de Oferta de Franquia (COF) quanto o Contrato de Franquia são documentos exigidos em qualquer relação de franquia, independentemente do valor investido. Isso porque todo o sistema de franchising é regido pela mesma lei, a de número 13.966/19, então, investindo valores maiores ou menores, o franqueador e o franqueado têm os mesmos direitos e deveres.

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Seleção de Franqueado

Mesmo em uma franquia mais barata, a franqueadora deve tomar todos os cuidados na hora de expandir a operação. Isso inclui selecionar franqueados que tenham o perfil adequado para administrar uma unidade da marca, mesmo que ela seja pequena.

Além disso, a Lei de Franquias também determina que o perfil do franqueado deve ser claro na Circular de Oferta de Franquia e afirma que ela deve descrever:

“VI – perfil do franqueado ideal no que se refere a experiência anterior, escolaridade e outras características que deve ter, obrigatória ou preferencialmente”.

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Treinamento e Suporte

Os treinamentos e suporte são vantagens quando se adquire uma franquia. E isso deve acontecer ao longo de toda operação, tirando dúvidas do franqueado e realizando novos treinamentos para que a marca esteja sempre atualizada. E isso não deverá ser diferente em uma microfranquia, quando o franqueado também deverá receber esse tratamento.

A importância do advogado especializado em franchising

Mesmo sendo considerada uma franquia barata, a microfranquia exige todos os processos e documentos que exige uma franquia tradicional. Então, o advogado especializado em franchising é fundamental para que toda a documentação seja elaborada dentro da lei e também para que ele possa dar suporte tanto ao franqueador quando ao franqueado. Ele poderá resolver toda e qualquer questão jurídica que aparecer durante o processo de contratação e também quando a unidade já estiver operando.

Por que uma franquia é mais barata que a outra?

O que faz o investimento em uma franquia ser menor do que em outra é a necessidade de ter equipamentos, mobiliários e outros itens que compõem o negócio, bem como a tecnologia envolvida no processo.

Quando se implanta um restaurante, por exemplo, existe a necessidade de equipamentos de uma cozinha profissional, emissão de alvarás, uniformes, mobiliário, utensílios, estoque inicial de produtos, treinamentos e uma série de outros componentes que exigem um bom investimento. O mesmo ocorre em uma lavanderia, que requer o maquinário para a limpeza das roupas. Já uma franquia em que o franqueado apenas precisa de um computador conectado à internet para realizar seu trabalho exigirá um baixo investimento inicial, operando com o conhecimento de mercado daquele profissional, predominantemente.

Assim, cada tipo de negócio necessitará de um valor a ser investido e, claro, também terá o faturamento e o retorno do investimento proporcionais. Tudo isso deve ser assegurado em um bom contrato – sempre elaborado por um advogado especializado em franchising.

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Quando se tem uma relação duradoura entre duas partes, assim como acontece nas franquias, é raro não haver um conflito. E ele pode existir por diferentes motivos, desde a falta de compromisso do franqueado, a falta de suporte do franqueador até resultados financeiros insatisfatórios – o que é ruim para os dois lados – e muitas outras questões mal resolvidas. Por isso, no mundo do franchising, a mediação de conflitos possui um papel fundamental para a manutenção da rede franqueada. Leia o texto até o final e entenda o que é mediação de conflitos e como ela pode ajudar a franqueadora.

O que é a mediação de conflitos?

A mediação é uma maneira adequada e não adversarial de solucionar os conflitos ‘dentro de casa’, sem que eles se tornem públicos por processos judiciais. Ela pode ser muito mais vantajosa, tanto para o franqueador quanto para o franqueado, porque facilita o restabelecimento do diálogo, criando um espaço favorável para o encontro de soluções mais rapidamente, e com um custo muito mais baixo.

As técnicas de mediação utilizadas pelo mediador buscam a intersecção de pontos de convergência por meio de conversas e entendimento, para que as pessoas ampliem o seu olhar e encontrem uma luz para um acordo que beneficie ambos os lados, sem que um deles se sinta prejudicado. A solução do problema é encontrada por eles, em conjunto.
Para que a mediação possa ser colocada em prática, é importante contar com um mediador, imparcial, técnico e competente que possa conduzir as conversas de forma que as próprias pessoas apresentem opções para resolver o conflito e encontrem soluções eficazes.

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O franqueador pode buscar evitar conflitos

Antes de chegar à fase da mediação, o franqueador pode aplicar boas práticas que previnam conflitos desnecessários. Isso é interessante para que o negócio mantenha sempre uma boa reputação e os possíveis novos franqueados não tenham insegurança de investir na marca. Veja algumas maneiras de evitar os conflitos:

– Mais do que quantidade, é importante ter qualidade na seleção de franqueados. Por isso, o processo de seleção deve ser criterioso e não apenas selecionar aqueles que têm dinheiro para investir. É importante identificar o perfil e comportamento pessoal de cada possível franqueado para evitar problemas futuros;

– Contar com ferramentas que, de fato, estejam disponíveis para auxiliar os franqueados. Ter, por exemplo, um SAF (serviço de atendimento ao franqueado), organizado e preparado para atender as dúvidas da rede franqueada e ajudar para que os problemas de cada unidade sejam resolvidos de uma forma mais ágil, sem que eles se estendam desnecessariamente;

– Oferecer treinamentos que sejam efetivos e esclarecedores, além de deixar os materiais – como manuais, cartilhas e politicas – sempre disponíveis para os franqueados. Desta forma, eles sabem como operar e têm onde consultar em caso de dúvidas;

– O franqueador deve ser um gestor participativo, com diálogo aberto e transparente. Isso evita que o franqueado tenha ‘medo’ de expor possíveis problemas e faz com que os gestores da franqueadora tenham total conhecimento do que está acontecendo, o que faz com que seja mais eficaz a superação das dificuldades.

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– Ter uma equipe de consultores de campo que seja qualificada e preparada para resolver pequenas pendências antes que elas se tornem problemas maiores. São eles que acompanharão também como estão, em cada unidade, questões como a padronização e as regras que devem ser seguidas;

– E o mais importante: contar com uma equipe jurídica especializada em franchising. É ela quem poderá elaborar todos os documentos – não apenas a Circular de Oferta de Franquia (COF) e o Contrato de Franquia – mas outros documentos, como cartas, registros, atas de reunião, de maneira que fique tudo muito claro, sem campo para dúvidas e mal entendidos. Qualquer detalhe que for questionado, poderá ser respondido com o que já foi assegurado juridicamente.

Por que optar pela mediação

Além de ser uma maneira mais rápida e prática de resolver os problemas, a mediação é muito vantajosa porque trata de questões subjetivas. E atrás de todo conflito objetivo, existe uma subjetividade que merece ser tratada com atenção e cuidado, porque é nela que nasce a discórdia. Uma discussão judicial, dificilmente tratará das questões subjetivas, levando as pessoas a aceitarem as suas decisões de forma impositiva, além dos altos custos de um litigio na Justiça Comum.

Quando, com um olhar de fora, o mediador consegue auxiliar as pessoas a encontrarem uma solução para aquele conflito, ele pode ajudá-las a refletir em uma alternativa que não estaria nos seus planos iniciais.

Então, se durante um conflito, o franqueado pensa, por exemplo, em desistir do negócio, aquilo pode significar uma perda para a marca. Mas se é possível encontrar uma solução em que ele continue na rede, de maneira satisfatória, e consiga apresentar bons resultados, isso será muito melhor para ele e também para a franqueadora. Por isso, o recomendado é sempre tentar uma negociação, que sendo infrutífera, pode ser substituída por uma mediação, que nada mais é do que uma negociação assistida, com técnicas e profissionalismo de um mediador, antes de se decidir por um processo judicial.

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Quando um possível investidor começa a pensar na ideia de se tornar um franqueado, o valor necessário para começar o negócio é um dos principais pontos a avaliar. Por este motivo, a franqueadora deve ser clara sobre os itens que estão inclusos no valor do investimento inicial. De acordo com a Lei de Franquias (número 13.966/19), isso tudo deve ser especificado na Circular de Oferta de Franquia (COF). Veja neste texto, o que costuma estar incluso no valor do investimento inicial de uma franquia.

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O investimento inicial de uma franquia

Tendo em mãos a Circular de Oferta de Franquia (COF), o investidor deverá ficar atento a tudo o que está descrito no documento, no que diz respeito ao investimento inicial. E, para que não haja desentendimentos, esses itens devem ser corretamente descritos pela franqueadora.

No valor do investimento, é interessante que as previsões sejam bem calculadas, para que o futuro franqueado entenda o quanto investirá no negócio e não utilize seu capital de giro na hora de estruturar a unidade franqueada.

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O que faz parte do investimento inicial

Não existe uma obrigação ou regra única para a composição do investimento inicial. Cada franqueadora o compõe conforme a estrutura necessária de sua marca. Em geral, incluem-se os gastos para a implantação da unidade franqueada referentes a aquisição de equipamentos e mobiliário, layout, sinalização, estoque inicial, marketing de inauguração, uniformes, abertura da empresa, capital de giro, softwares operacionais, dentre outros itens fundamentais para o início do negócio.

Em geral, a reforma do ponto comercial não está inclusa neste investimento, porque ela varia conforme as condições do imóvel alugado pelo franqueado, ficando difícil mensurar o valor que será gasto. Mas as franqueadoras podem fazer uma projeção do que é ideal ser investido para que o retorno do investimento não seja impactado com essa reforma, de forma a orientar o futuro franqueado a escolher um ponto que exija menos adequações.

Veja alguns detalhes da composição do investimento inicial:

– Taxa de Franquia

Durante as pesquisas para investir em um negócio, a taxa de franquia é um dos valores mais importantes a serem levados em consideração pelo possível franqueado. A cobrança é feita em uma parcela única que precisa ser quitada assim que o contrato é assinado. Com isso, o franqueador concede o direito de uso da marca e inicia o planejamento de implantação da nova unidade franqueada.

A taxa engloba ainda outros gastos que a marca tem, como os treinamentos e instalação da loja. Além disso, funciona como uma remuneração à franqueadora, que foi quem desenvolveu a marca e vai ceder a tecnologia dos setores operacionais e administrativos.

– Mobiliário, projeto arquitetônico e equipamentos

Como as unidades franqueadas devem seguir um padrão, o projeto arquitetônico está incluso no investimento inicial. Da mesma maneira, o mobiliário e a sinalização também já fazem parte do valor, já que é a franqueadora quem define o que deve ser usado na loja.

A estrutura para que a operação possa ser iniciada compõe o investimento inicial, bem como os equipamentos e máquinas que a loja precisará para operar. No caso de prestadoras de serviços, que dispensam maquinários, é comum que o investimento inicial inclua um computador ou até mesmo um automóvel para deslocamento do franqueado e sua equipe – tudo dependerá das demandas operacionais da franquia.

– Treinamentos

Ao efetuar o investimento inicial, o franqueado já poderá contar com os treinamentos realizados pela marca. São eles que direcionarão as unidades para que elas funcionem com um padrão, mostrando como os clientes serão atendidos e até mesmo como as lojas devem ser organizadas.

Buscando essa padronização, estão inclusos também os uniformes e os manuais da marca.

– Marketing de inauguração

A franqueadora fica responsável por auxiliar o novo empreendimento no marketing para divulgar a inauguração e isso já está incluso no investimento inicial. Nessas ações, costumam fazer parte as redes sociais e outros canais de divulgação para que mais pessoas fiquem sabendo do funcionamento do novo negócio.

– Estoque

Em muitos casos, os primeiros produtos que serão comercializados naquela unidade têm o valor embutido no investimento inicial. Assim, o franqueado inicia sua operação e deverá repor o estoque conforme as vendas forem acontecendo.

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O que diz a Lei de Franquias sobre o investimento inicial

A Lei de Franquias (número 13.966/19) ressalta que a Circular de Oferta de Franquia (COF) deve especificar todos os valores envolvidos no investimento inicial. Veja o que diz a legislatura:

“Art. 2º – Para a implantação da franquia, o franqueador deverá fornecer ao interessado Circular de Oferta de Franquia, escrita em língua portuguesa, de forma objetiva e acessível, contendo obrigatoriamente:

VIII – especificações quanto ao:
a) total estimado do investimento inicial necessário à aquisição, à implantação e à entrada em operação da franquia;
b) valor da taxa inicial de filiação ou taxa de franquia;
c) valor estimado das instalações, dos equipamentos e do estoque inicial e suas condições de pagamento;”

É preciso que a franqueadora conte com uma excelente equipe jurídica, composta por advogados especializados em franchising, para que seus documentos tragam toda a segurança jurídica necessária para a operação da rede franqueada.

Assim, tanto a COF quanto o Contrato de Franquia trarão informações claras e transparentes quanto ao investimento inicial das unidades franqueadas, de forma que o investimento fique realmente próximo das projeções.

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No dia 19 de novembro, comemora-se o Dia do Empreendedorismo Feminino. Em se tratando das franquias, praticamente metade delas já são operadas por mulheres, no Brasil: segundo dados da ABF – Associação Brasileira de Franchising, 49% das unidades franqueadas são geridas por mulheres.

Leia este texto até o final e entenda por que elas têm ocupado cada vez mais espaço no franchising.

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Segundo o Sebrae – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, com base em dados do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 34% dos brasileiros que trabalham por conta própria ou possuem uma empresa são mulheres. Em franquia, porém, esse índice cresce para 49% dos negócios.

E o que as mulheres buscam nas franquias? Transferência de know-how, segurança e suporte são os itens mais valorizados por elas, que sabem que, por serem negócios já testados, as franquias têm mais chance de obterem sucesso.

Vantagens das franquias em relação aos negócios independentes

Em relação aos negócios independentes, as franquias apresentam vantagens:

1 – Para ser franquia, deve existir a transferência de know-how

A lei 13.966/19 vincula o franchising à transferência de know-how. Essa questão é citada na lei por duas vezes: no artigo 1º, o legislador citou que o franqueador autoriza o franqueado a usar sua marca sempre associada ao direito de uso de métodos e sistemas de implantação e administração de negócio ou sistema operacional desenvolvido ou detido pelo franqueador (know-how). Já no artigo 2º, inciso XV, pede-se que o franqueador deixe clara a situação do franqueado no término do contrato em relação ao know-how recebido.

Assim, ao adquirir uma franquia, o empreendedor (ou empreendedora) receberá o treinamento que fará com que erros sejam minimizados e ele já inicie seu negócio com uma vantagem a mais em relação a iniciar um negócio independente, em que teria que aprender por conta própria.

2 – A franqueadora investe em tecnologia

As franqueadoras sabem que, para se manterem competitivas, devem investir em tecnologia. Isso significa inovar em produtos, serviços, processos e recursos que as tornem eficientes e eficazes. E os franqueados se beneficiam dessa estrutura ofertada.

3 – O marketing das redes é cooperado

Quando se faz parte de uma rede franqueada, cada unidade colabora com a taxa de royalties, que é aplicada em prol da marca. Assim, o nome ganha visibilidade e é possível desenvolver estratégias que não seriam possíveis sozinho.

4 – As compras em volume são mais vantajosas

Quando uma rede negocia com fornecedores, obtém vantagens pelo volume adquirido. Então, preços, condições de pagamento e prazos de entrega para franqueadoras, que compram grandes volumes, costumam ser melhores do que para quem compra em pequenas quantidades – caso dos negócios independentes.

5 – Treinamentos e suporte constantes

As franqueadoras sabem que um dos segredos do sucesso de seus franqueados é a oferta constante de treinamentos e suporte constante. Assim, essa estratégia permite que conhecimento seja reciclado e os serviços e produtos ofertados ao consumidor cada vez se aprimorem, fidelizando-o.

6 – É importante ter com quem compartilhar ideias e problemas

Quando se faz parte de uma rede, é possível compartilhar ideias e buscar a solução de problemas com o grupo. Quem tem um negócio independente costuma sentir-se isolado, muitas vezes sem ter a experiência de poder compartilhar seus problemas e buscar soluções com quem vive a mesma experiência.

7 – A taxa de mortalidade das franquias é menor do que a dos negócios independentes

Segundo dados do Sebrae, a taxa de mortalidade dos negócios independentes é de 25%, até o segundo ano de atividade. Em franchising, esse índice cai para 2,9%, conforme levantamento da ABF – Associação Brasileira de Franchising.

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Por que as mulheres têm mais sucesso na gestão das franquias

Uma pesquisa indicou que as mulheres franqueadas faturam cerca de 30% a mais que os homens. Isso pode ser explicado por alguns fatores comportamentais.

A mulher costuma ter boa habilidade de comunicação e, por ser o franchising um sistema de gestão de pessoas, esse seria um facilitador na hora de conduzir equipes.

Outra característica do franchising ao qual as mulheres se adaptam com mais facilidade é a padronização. Ao seguir as regras do negócio, a franqueada minimiza os erros da operação, tendendo a alcançar o retorno do investimento no prazo estimado ou até antes dele.

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Mulheres empreendem também em outras áreas do franchising

Além das mulheres franqueadas, também cresce o número de mulheres franqueadoras – aquelas que concedem suas marcas para outros empreendedores investirem, multiplicando a marca.

E, paralelamente, as profissionais que dão suporte ao sistema, em todas as áreas, como Expansão, Operações, Marketing, dentre outras.

Na área Jurídica, é fundamental que as franqueadoras contem com advogadas especializadas em franchising. Também empreendedoras, Melitha Novoa Prado e Thaís Kurita, que comandam a banca da Novoa Prado Advogados, estão há 30 anos no mercado e têm todo o conhecimento estratégico para auxiliar franqueadoras em seus documentos e atuar no relacionamento da rede.

Para dar todo o suporte necessário e obter lucro a partir das unidades franqueadas, as franqueadoras precisam cobrar algumas taxas. Os royalties fazem parte dessa lista e, apesar de não ser uma cobrança obrigatória, costuma aparecer em grande parte dos acordos. Então, é fundamental que as marcas saibam como cobrar esses valores, sejam eles fixos, sobre faturamento ou até mesmo sobre compras. Leia este texto até o final para entender como cobrar royalties em franquias.

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Como cobrar royalties em franquia

Em uma franquia, o negócio precisa ser interessante para as duas partes envolvidas, ou seja, para a marca e para o empreendedor. Nesse sentido, quando se fala nos ganhos da franqueadora, os royalties são uma das principais fontes. A taxa costuma ser cobrada pelo direito do uso da marca pelo franqueado, transferência contínua de know-how e investimentos na atualização da marca, como pesquisa em novos produtos e serviços e tecnologia.

Não existe uma única regra para a cobrança de royalties. Cada franqueadora determina, na formatação da franquia, como essa taxa constará no contrato.

Nas franquias em que o franqueador é o fornecedor dos produtos, é comum que os royalties sejam cobrados sobre compras, em taxas que variam de 20% a 50% sobre os pedidos.

Já nas franquias de serviços, o que se vê são taxas de 4% a 10% do faturamento bruto das unidades franqueadas.

Também existem marcas que cobram royalties fixos, mas esses são casos bem mais raros: essa modalidade costuma ser prejudicial às franqueadoras, já que essa taxa garante uma parte significativa da manutenção da marca e a ajuda a se manter em constante atualização.

As franqueadoras precisam calcular as taxas de royalties utilizando fórmulas estatísticas precisas, que permitam às unidades franqueadas manterem números positivos de faturamento. Isso se dá fazendo análises precisas da DRE – Demonstração de Resultado do Exercício da empresa, com diferentes projeções de faturamento.

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Outra dica importante é consultar quanto outras marcas do mesmo segmento cobram pelos royalties, para que a taxa não fuja do mercado, deixando o investimento em outras franquias mais atrativo e perdendo investidores por isso.

O que diz a lei de franquias sobre os royalties

A lei de franquias (número 13.966/19) não utiliza o termo royalties e, sim, uma explicação mais ampla: “remuneração periódica pelo uso do sistema, da marca, de outros objetos de propriedade intelectual do franqueador ou sobre os quais este detém direitos ou, ainda, pelos serviços prestados pelo franqueador ao franqueado”. O documento reforça que qualquer taxa deve ser especificada na Circular de Oferta de Franquia (COF).

A legislatura, então, afirma:

“Art. 2º Para a implantação da franquia, o franqueador deverá fornecer ao interessado Circular de Oferta de Franquia, escrita em língua portuguesa, de forma objetiva e acessível, contendo obrigatoriamente:

IX – informações claras quanto a taxas periódicas e outros valores a serem pagos pelo franqueado ao franqueador ou a terceiros por este indicados, detalhando as respectivas bases de cálculo e o que elas remuneram ou o fim a que se destinam, indicando, especificamente, o seguinte:

a) remuneração periódica pelo uso do sistema, da marca, de outros objetos de propriedade intelectual do franqueador ou sobre os quais este detém direitos ou, ainda, pelos serviços prestados pelo franqueador ao franqueado;

b) aluguel de equipamentos ou ponto comercial;

c) taxa de publicidade ou semelhante;

d) seguro mínimo;”

É importante que a franqueadora siga a lei e se preocupe em contar com uma equipe jurídica que crie seus documentos, que trarão segurança jurídica ao negócio.

Apenas um bom advogado especializado em franchising poderá auxiliar a franqueadora a incluir, tanto na Circular de Oferta de Franquia (COF) quanto no Contrato de Franquia a cobrança das taxas de forma clara e correta, sem que haja interpretações erradas pelos franqueados.