Formatação de franquia

Quando um executivo decide que sua empresa se tornará uma franquia, alguns passos devem ser seguidos para que aquela marca se torne um sucesso não apenas para ele, mas também para os futuros franqueados. E, então, algumas medidas devem ser tomadas para que isso aconteça. Uma das primeiras é a formatação do modelo de franquia, que depende de uma série de levantamentos para que a expansão seja concretizada e deve ser feita por um profissional, com o suporte de um advogado especializado em franchising. Você quer entender como formatar um modelo de franquia passo a passo? Leia este texto até o final!
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O que é formatação de franquia

Passar a integrar o mercado de franchising pode ser uma medida muito lucrativa para a marca caso isso seja feito de maneira bem estruturada. Por isso, a formatação de franquia é um passo fundamental nesse processo. Ela será feita com base nas características que aquela empresa já tem e, para isso, será necessário que um estudo de mercado, incluindo um plano de negócios (business plan), seja realizado. E é importante que todo esse desenvolvimento seja realizado por profissionais.

A seguir, saiba quais são os principais pontos da formatação de franquia:

Estudos de viabilidade e franqueabilidade

Para que o empresário – o futuro franqueador – tenha a real perspectiva sobre a expansão de sua marca, ele precisa do estudo integral da viabilidade daquele negócio. Isso inclui a situação financeira e econômica da empresa, que dará a ele parâmetros para o que será desenvolvido no presente e o que deverá esperar para o futuro.

Neste estudo, é possível avaliar como funcionará a marca dentro o sistema de franquias, além de entender quesitos importantes da expansão, como a distribuição de produtos. Também será por meio desse levantamento que a empresa poderá identificar o potencial dentro do mercado-alvo e o quanto aquele negócio poderá render para a franqueada e para os franqueadores.

Com análises mais complexas, o empresário poderá descobrir qual o potencial de lucratividade da marca, além do tempo que levará para ter retorno com o investimento e qual será o aporte que o futuro franqueado precisará ter para aquele investimento.

Mapeamento dos mercados potenciais e plano de expansão

Saber para onde você deverá levar seu negócio é fundamental nesse início do processo de transformação da marca em uma franquia. Uma das principais dicas é que essa expansão comece próximo à sede da empresa, para que o suporte aos futuros franqueados possa ser feito com maior praticidade. É a chamada expansão concêntrica, que permite que a supervisão e consultoria de campo sejam realizadas de forma mais próxima e economicamente viáveis.

Mas, além disso, o plano de expansão deverá contar com ferramentas mercadológicas que apontarão as cidades que possuem um melhor potencial para a instalação de unidades franqueadas da marca. E isso é feito com base em dados específicos, como o perfil da região, do negócio e do consumo daquela população.

Definição do perfil do franqueado ideal

Muito mais do que apenas vender uma marca, o franqueador deve buscar o sucesso das unidades franqueadas. Afinal, elas levarão o nome da marca dele. E para isso, ele deve traçar o perfil do franqueado ideal, que será aquele que realmente estará disposto a trabalhar pela marca e que tenha afinidade com aquele tipo de negócio.

Então, é preciso analisar dados como os motivos daquela pessoa querer ser uma franqueada, se tem alguma experiência no setor, se é alguém que seguirá as regras impostas pela franqueadora, entre outros quesitos.

Ter tudo isso muito bem definido é fundamental para esse início e garantirá também maior sucesso no futuro.

Manuais e treinamentos nas formatação de franquias

A transferência de know-how é fundamental para que a franquia se concretize. Aliás, esse é um diferencial do franchising, inclusive determinado na lei de franquias. Diz a lei 13.966/19, que rege o sistema de franquias no Brasil:

Art. 1º Esta Lei disciplina o sistema de franquia empresarial, pelo qual um franqueador autoriza por meio de contrato um franqueado a usar marcas e outros objetos de propriedade intelectual, sempre associados ao direito de produção ou distribuição exclusiva ou não exclusiva de produtos ou serviços e também ao direito de uso de métodos e sistemas de implantação e administração de negócio ou sistema operacional desenvolvido ou detido pelo franqueador, mediante remuneração direta ou indireta, sem caracterizar relação de consumo ou vínculo empregatício em relação ao franqueado ou a seus empregados, ainda que durante o período de treinamento.

Conheça a lei de franquias

Como se pode ver no Artigo 1º, a lei deixa clara que a franquia obrigatoriamente exige a transferência de know-how do franqueador ao franqueado. E essa transferência deve ser prevista na formatação do negócio, por meio da criação de instrumentos, como treinamentos e manuais, que sejam suficientes para que o franqueado aprenda a operar o negócio, bem como possa multiplicar esse conhecimento para seus colaboradores.

Padrão arquitetônico, fornecedores e outros itens

A formatação do negócio também precisa incluir o layout da unidade franqueada, os processos operacionais (inclusos em treinamentos e manuais), as formas de fornecimento/abastecimento, as taxas cobradas pela franqueadora, as características do ponto comercial ideal para a implantação do negócio e itens como o Marketing e formas de divulgação do negócio, estratégias comerciais, sistemas operacionais, atendimento ao cliente (venda e pós-venda), e-commerce e demais canais de varejo, recursos humanos e tantas outras áreas que apenas empresas especializadas podem auxiliar o novo franqueador na árdua tarefa da formatação de franquia, que leva cerca de um ano para ser finalizada.

Elaboração dos instrumentos jurídicos – a formatação jurídica

Em paralelo à formatação de negócios, é fundamental contar com os serviços de um advogado especializado em franchising para realizar a formatação jurídica. A elaboração dos instrumentos jurídicos para essa expansão deve seguir à risca a lei de Franquias, de número 13.966, que dá embasamento para o franchising no Brasil.

É importante que tudo esteja muito claro e bem redigido porque são esses documentos que determinarão as responsabilidades das duas partes: dos franqueados e também da franqueadora.

A formatação jurídica inclui os documentos exigidos pela lei de franquias, que são a Circular de Oferta de Franquia (COF) e o Contrato de Franquia. Mas não é apenas isso: o advogado especializado em franchising tem papel estratégico, atuando fortemente em varejo. Esse profissional pode, desde o princípio da atuação da franqueadora, elaborar documentos e atuar com estratégias que permitam que a marca tenha um relacionamento transparente com seus franqueados, de forma a prevenir conflitos futuros.

Entenda o que é um contrato de franquia.

O advogado especializado em franquias tem a responsabilidade de criar outros documentos, como o pré-contrato de franquias e os contratos acessórios, como os de locação, com fornecedores e prestadores de serviços, tão importantes e necessários à franqueadora.

A formatação jurídica é o primeiro passo para que a franqueadora atue legalmente, mas também possa selecionar franqueados adequados para sua marca e tenha com eles um relacionamento que permita crescimento concreto e harmonioso da marca, sem conflitos e fechamento de unidades franqueadas. Esse é o melhor investimento que uma marca pode fazer em seu processo de formatação.

LEIA MAIS: O que é pré-contrato de franquias

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